Nossa, isso foi um tapa na minha cara nesse extrato momento.
Ouvindo um podcast e tentando trabalhar me dei conta da razão pela qual estou
com tanta resistência ao livro que estou lendo no momento ‘Further under the
duvet’ da Marian Keyes. Me acomodei no meu mundinho de literatura fantástica e
me recusei a sair dele. Me agarrei mesmo, gritei e esperneei e só depois de
muitas lágrimas é que entendi. Eu tenho lido alguns artigos na internet e vejo
como autores que admiro tanto pelo talento demonstrado nas histórias quanto por
aqueles que conseguiram conquistar seu espaço no mercado, mesmo que eu não seja
tão fã de suas obras. Nesses artigos o óbvio sempre vem a tona: quer se tornar
um escritor, leia e leia muito. Pesquise e aprenda.
É claro que eu posso e desejo aprender muito dentro do tipo de literatura que mais me
agrada, mas essa parede que ergui em torno dos outros tipos era sufocante e
esnobe. Afinal quem sou eu para olhar com olhos não críticos, mas julgadores os
outros estilos?
‘Further under the duvet” é um típico caso desses. Eu não o
escolhi, nem o conhecia apesar de já conhecer a autora de nome e até em algum
momento ter despertado um leve interesse em realmente conhecer sua obra, nunca
o fiz. Aceitei a leitura por recomendação de uma amiga muito mais pelo vocabulário
e raciocínio rápido em inglês que ele poderia me acrescentar. Só que a leitura
não flui da maneira que os outros livros que eu estava lendo. Principalmente
pelos assunto abordados pela autora.
Para começar, não é um romance. E sim uma coletânea de
artigos de jornal ao longo de vários anos. Segundo, quando você tá querendo ler
sobre mundos fantásticos, coisas inexplicáveis e afins ler um livro de mais de
300 páginas que fala sobre como a autora gosta de spas e produtos de beleza e
as aventuras da autora mundo a fora, é em algumas momentos engraçado mas muitas
vezes simplesmente irritante.
Mas aí você pode me perguntar: Por que ler algo quando você
quer ler outro? Por que eu sempre vou querer ler literatura fantástica. Meu
mundinho confortável. E as vezes é bom sair da minha própria bolha mesmo que
isso cause um certo desconforto, gere uma mudança e assim de certa forma um desenvolvimento na minha maneira de ver as
coisas. Espero que principalmente isso me inspire mais do que me frustre. Claro, vou continuar tendo certas barreiras
impostas por mim a determinados livros, mas acho que a tentativa já é válida.
O pensamento pareceu tão breve enquanto o texto ficou bem extenso.
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