quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Estrelas e flores



A noite estava hoje cravejada de brilhantes diamantes. O cheiro de grama era suave. As flores dançavam ao nosso redor, mas era como se o mundo estivesse parado. O vento insistia em levantar levemente os fios do meu cabelo assim como as folha das árvores.  Mas a minha pele sentia o calor do toque dele em minhas mãos. Era o que me prendia a realidade.
Pensei que meus olhos estavam atentos, observando cada detalhe, mas as flores pareciam dançar agora em torno de nós. E as estrelas se juntaram a elas, descendo céu abaixo enchendo o ar de pequenas luzes. E havia pequenos risos e pequenas conversas. A festa estava acontecendo bem diante dos meus olhos. Ele não estava mais lá.
Grandes explosões de imagens se derramavam diante de mim. E eu estremeci de susto, mas sorri quando as flores brincavam diante dos meus olhos. Elas sorriam e cantavam, os diamantes brilhavam e deixavam um suave rastro por onde passavam. E o céu era uma festa de cores, brilho e música. Eu não me lembrava mais.
Elas estavam me chamando, era um coral com meu nome. Eu fazia parte da música. Elas queriam que eu fizesse parte da festa. E eu queria ir dançar durante a noite. E que alegria seria ao amanhecer. Sem perceber eu me levantava, mas alguma coisa estava ficando pra trás.
- Fique comigo.
Eu havia me esquecido. Mas ele ainda estava ao meu lado. Elas ainda cantavam e clamavam por mim e parte de mim queria ir, ardentemente.
- Toque em minha mão e sinta como sou real. Lembre-se. – Sua voz era grave, aconchegante, acolhedora.
- Eu gostaria de tentar.
- Abra seus olhos primeiro. Veja! – Ele lutava por mim.
Não me segurava. Não me impedia. Mas olhar nos seus olhos me trazia de volta a realidade. E a musica estava longe, quase um sussurro. Mas não era como antes. Estava arranhando, estava quebrada. E quando eu o toquei ela cessar.
- Abra seus olhos e contemple.
- Elas são lindas.
- Elas são promessas.
- Quantas são?
- Infindáveis.

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